Como escolher um professor ou aula de golfe
- Daniela Abrahão
- 4 de nov.
- 5 min de leitura
Encontrar o professor de golfe certo é tão importante quanto escolher o taco ideal. Ele será o primeiro espelho do seu jogo, a voz que molda sua técnica e o olhar que corrige o que você ainda nem percebe. Mas, no meio de tantos profissionais e estilos de ensino, como saber quem realmente vai te ajudar a evoluir — e não apenas “te ensinar o básico”?
Golfe não é um esporte de atalhos. E escolher mal o seu instrutor pode te fazer gastar tempo, dinheiro e — o pior — desaprender o prazer do jogo.
Aqui está um guia completo para escolher um professor ou aula de golfe de forma inteligente, consciente e alinhada ao que o Donostia Golf chama de “aprendizado com presença”.

1. Entenda o seu momento — e o que você quer aprender
Antes de procurar um professor, defina em que fase você está. Você nunca tocou num taco? Já joga esporadicamente? Quer competir? Cada fase exige um tipo de ensino.
Nível | O que você precisa | Tipo de professor ideal |
Iniciante absoluto | Entender fundamentos, grip, swing básico, etiqueta | Professor paciente e técnico, com didática simples |
Intermediário | Corrigir vícios e desenvolver consistência | Professor analítico e detalhista |
Avançado | Refinar precisão, controle emocional e leitura de campo | Treinador com experiência em torneios e performance mental |
O primeiro erro é buscar um “coach de elite” antes de dominar o básico. A pressa é o maior inimigo do progresso no golfe.
2. Observe a didática — técnica sem empatia não ensina
Um bom professor de golfe não ensina apenas o movimento, mas a consciência do movimento. Ele não fala em excesso, mas também não deixa você perdido.
💡 Sinais de um bom professor:
Corrige um erro por vez, sem sobrecarregar.
Usa analogias simples e eficazes (não jargões).
Explica o porquê antes do como.
Faz você pensar, não apenas imitar.
Demonstra paciência — e humor.
A aula ideal te deixa curioso, não confuso.
3. Procure credenciais, mas valorize a energia
Existem muitos instrutores certificados pela Confederação Brasileira de Golfe (CBG) ou por escolas internacionais, como PGA ou USGTF. Essas certificações garantem base técnica sólida. Mas, no final, a verdadeira diferença está na energia entre vocês.
O golfe é um esporte de sintonia — e a relação professor–aluno é quase uma coreografia. Se você se sente pressionado, julgado ou desconfortável, o aprendizado trava.
A melhor técnica do mundo não funciona quando há tensão. E o melhor professor é aquele que te ensina a relaxar sem perder a precisão.
4. Prefira quem ensina no campo — não só no simulador
Simuladores são excelentes para análise de swing e ajustes finos. Mas o campo é onde o jogo acontece de verdade.
O bom professor alterna entre:
Aulas técnicas no driving range (para forma e força),
Aulas táticas no campo (para leitura, vento, terreno, postura mental).
Essa combinação desenvolve habilidade real, não apenas repetição.
🎯 Dica Donostia: aprenda com quem joga — não com quem apenas ensina. A diferença é sutil, mas muda tudo.
5. Avalie se o método é personalizado
O golfe não tem uma forma universal. Dois jogadores com o mesmo taco e o mesmo professor podem precisar de instruções completamente diferentes.
Fuja de quem promete “a fórmula certa para todo mundo”. Procure quem observa o seu corpo, ritmo, coordenação e mentalidade antes de ajustar seu swing.
Professores que personalizam o aprendizado:
Adaptam o tempo de aula ao seu ritmo.
Identificam seus vícios e transformam em aprendizado.
Usam ferramentas de feedback (vídeo, TrackMan, etc.) de forma inteligente, não obsessiva.
A aula ideal não muda você. Ela revela o jogador que já existe aí dentro.
6. Analise o equilíbrio entre técnica e mentalidade
Um bom professor de golfe entende que o jogo é 80% mental e 20% mecânico. Ele ensina você a controlar o corpo, mas também a mente.
Durante uma aula, repare se ele fala sobre:
Respiração e ritmo.
Visualização da tacada.
Aceitação do erro.
Tomada de decisão sob pressão.
Esses são os temas que diferenciam um instrutor comum de um treinador de consciência.
Golfe não é apenas sobre acertar a bola — é sobre acertar o estado mental antes de bater.
7. Faça uma aula experimental (e observe mais do que aprende)
Antes de fechar um pacote, peça uma aula experimental. Mas, em vez de focar em “acertar”, use esse momento para observar o professor.
Pergunte a si mesmo:
Ele te ouve ou apenas fala?
Corrige com respeito ou com impaciência?
Faz o jogo parecer acessível ou impossível?
Você sai da aula cansado ou inspirado?
O melhor professor não te impressiona — te desperta.
8. Considere o ambiente da academia ou clube
O local das aulas influencia diretamente no aprendizado. Um espaço bonito, bem cuidado e silencioso ajuda você a se concentrar e aproveitar melhor.
Prefira clubes ou academias que ofereçam:
Driving range amplo, com diferentes distâncias.
Área de putting e bunker para prática completa.
Ambiente de convivência saudável, com alunos de vários níveis.
O campo certo motiva. O errado distrai.
9. Evite extremos: o “técnico demais” e o “motivador demais”
Há dois tipos de professores que sabotam o aprendizado sem perceber:
O técnico demais, que transforma cada aula em uma aula de física.
O motivador demais, que elogia sem ensinar.
O equilíbrio está no meio: técnica com leveza, empatia com precisão.
Procure um profissional que combine observação e propósito, não performance teatral.
10. Observe os alunos dele
Nada revela mais sobre um professor do que o progresso de quem ele ensina.
Se possível:
Converse com alunos antigos.
Veja como eles falam do processo (não só dos resultados).
Observe se os alunos parecem confiantes e tranquilos.
Um bom professor deixa rastros de evolução por onde passa.
11. Avalie o investimento — e o retorno
O preço das aulas de golfe no Brasil varia muito conforme o instrutor e o local:
Aulas individuais: R$ 150 a R$ 300 por hora.
Pacotes mensais: R$ 800 a R$ 1.500.
Aulas em grupo: R$ 100 a R$ 180 por sessão.
Mais importante do que o valor é o retorno que você sente: a clareza, o progresso e o prazer em jogar.
O bom professor não te cobra por hora — ele te ensina algo que dura uma vida.
12. Pense no longo prazo
O ideal é escolher um instrutor com quem você possa evoluir por fases. Golfe não é um curso de final de semana; é uma jornada.
Um bom professor:
Acompanha seu crescimento.
Atualiza seus exercícios conforme seu nível.
Corrige, mas também celebra cada avanço.
É uma relação de confiança, e como toda relação verdadeira, leva tempo para florescer.
💎 Conclusão
Escolher um professor de golfe é escolher quem vai moldar a sua relação com o jogo. Mais do que ensinar o swing, ele vai te ensinar a observar, respirar e lidar com o erro.
Procure alguém que:
Ensine com calma.
Corrija com empatia.
Inspire com exemplo.
Porque o golfe — assim como a vida — não é sobre acertar tudo, mas sobre acertar o caminho.
O verdadeiro mestre não te faz depender dele. Ele te ensina a se tornar seu próprio professor.



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