Erros mais comuns de quem começa no golfe (e como evitá-los com elegância)
- Daniela Abrahão
- 4 de nov.
- 4 min de leitura
O golfe é um esporte que parece simples — até que você tenta. Uma bola parada, um campo silencioso e um único movimento. Mas é exatamente nessa simplicidade aparente que mora a complexidade.
Muitos iniciantes entram no campo com o foco errado: querem força, quando o jogo pede controle; querem pressa, quando o jogo exige presença. E é por isso que entender os erros mais comuns de quem começa no golfe é mais do que uma lição técnica — é um exercício de autodomínio.

1. Segurar o taco de forma incorreta
A pegada, ou grip, é o primeiro ponto onde o corpo e o taco se tornam um só. É aqui que tudo começa — e, muitas vezes, é aqui que tudo se perde.
O erro mais comum é segurar o taco com força demais. Quando o jogador tenta controlar o movimento pela rigidez, ele perde fluidez e precisão. O swing se torna travado, a bola desvia e o impacto perde potência.
💡 Correção Donostia: segure o taco como se segurasse algo vivo — firme, mas com respeito. Nem a rigidez do medo, nem a frouxidão da distração. O equilíbrio é o verdadeiro poder.
2. Focar apenas na força — e esquecer a técnica
Quem vem de outros esportes tende a achar que o golfe é sobre “bater forte”. Mas a distância não vem da força, vem da sequência correta do movimento.
A potência nasce da harmonia entre postura, rotação do tronco e tempo de impacto. A força excessiva no braço cria desequilíbrio — e o resultado é o oposto do esperado.
🎯 Lição: quanto mais você tenta “forçar”, mais o jogo escapa. No golfe, a bola não é vencida pela agressividade, mas pela paciência.
3. Ignorar o alinhamento e a postura
Um dos erros clássicos dos iniciantes no golfe é posicionar-se mal em relação à bola. O corpo desalinhado, o pé errado, o olhar tenso — tudo isso muda a trajetória.
O alinhamento correto é o segredo silencioso dos profissionais. Sem ele, até o melhor swing perde sentido.
✅ Como corrigir:
Coloque os pés paralelos à linha de destino.
Mantenha os ombros relaxados e o peso distribuído.
Sinta o equilíbrio do corpo antes do movimento.
Jogar golfe é, antes de tudo, alinhar-se consigo mesmo. O corpo segue a mente — e a bola segue o corpo.
4. Desrespeitar o tempo do jogo
O golfe é o esporte do tempo. Do tempo da mente, do corpo e do campo.
Iniciantes erram quando tentam apressar a tacada ou seguir o ritmo de outros jogadores. Mas o tempo ideal é pessoal — e o segredo é ritmo, não velocidade.
⏳ Erro comum: bater na bola antes de respirar. A ansiedade destrói o movimento, o foco e a precisão.
🧘 Dica Donostia: cada swing deve nascer do silêncio. Respire, alinhe, visualize — e então, apenas confie.
5. Pular etapas do aprendizado
Muitos iniciantes querem “jogar logo” e subestimam a importância das fases básicas: grip, stance, swing e putting. Mas o golfe é uma sequência lógica — pular uma etapa é como construir uma casa sem fundação.
Aprender golfe não é decorar posições. É educar o corpo e a mente para o mesmo movimento repetido com consciência.
💬 “Quem treina a pressa, treina o erro.” Invista tempo na base. Os melhores jogadores são os que dominam o simples.
6. Escolher o equipamento errado
Outro erro comum é começar com tacos inadequados. Tacos muito pesados, curtos ou de materiais ultrapassados afetam diretamente o desempenho.
Se você é iniciante:
Prefira tacos mais leves e de eixo flexível (regular flex).
Kits de iniciantes costumam incluir tacos versáteis, ideais para desenvolver técnica.
O ideal é testar antes de comprar — muitos clubes oferecem aluguel ou fitting básico.
🎯 Regra de ouro: o equipamento certo não faz o jogador, mas o jogador errado nunca se desenvolve com o equipamento errado.
7. Subestimar o putting
O putting é o golpe mais subestimado do golfe. Talvez por parecer simples — afinal, é apenas empurrar a bola. Mas a maioria das tacadas desperdiçadas no campo vem exatamente dessa parte.
O erro está em tratar o putting como detalhe. Na verdade, ele é metade do jogo.
O bom jogador treina o swing; o grande jogador treina o silêncio do putting.
8. Jogar contra o campo (e não com ele)
Quem começa no golfe costuma lutar contra o campo — tenta “vencer” o terreno, as árvores, o vento. Mas o campo não é o inimigo. Ele é o cenário. E o segredo está em entender o ambiente, não dominá-lo.
Golfe é leitura: de distância, relevo, temperatura, vento. Quanto mais você observa, mais o campo te mostra o caminho.
Jogar golfe é uma conversa — e o campo sempre responde.
9. Esquecer o aspecto mental
O golfe é o esporte mais psicológico que existe. Você não compete contra outros, mas contra o próprio limite. E, muitas vezes, o maior obstáculo é a mente ansiosa.
O erro mais comum é se irritar com o erro. Mas o golfe recompensa quem erra com calma e recomeça com foco.
🧠 Lição Donostia: quem domina o emocional, domina o campo. A bola responde ao seu estado interno — não à sua força.
10. Achar que elegância vem depois da técnica
No golfe, elegância é técnica. A forma como você se posiciona, se move, respira e se cala entre as tacadas faz parte do jogo.
O jogador que entende isso cedo percebe que o golfe não é apenas um esporte: é uma forma de presença. E a elegância é consequência natural de quem respeita o tempo e o movimento.
💎 Conclusão: errar é o primeiro passo do mestre
Os erros no golfe não são fracassos — são o mapa do progresso. Cada bola mal batida ensina algo sobre você: seu controle, sua paciência, sua concentração.
Quem começa entendendo isso aprende rápido. Quem tenta “acertar tudo” desiste cedo.
O segredo do jogo está em aceitar o processo:
errar com consciência, ajustar com calma, repetir com intenção.
Porque o golfe não é sobre perfeição. É sobre presença e precisão — na mesma tacada.



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